terça-feira, 22/11/2016
Mundo
Nuno Peres, físico da Universidade do Minho, é pelo terceiro ano consecutivo o cientista radicado em Portugal cujas publicações científicas têm mais impacto mundial. A confirmação é dada pela lista “ISI Thomson Reuters Highly Cited Researchers 2016”, que inclui apenas 3000 cientistas de todo o mundo.
Nuno Peres, físico da Universidade do Minho, é pelo terceiro
ano consecutivo o cientista radicado em Portugal cujas publicações científicas
têm mais impacto mundial. A confirmação é dada pela lista “ISI Thomson Reuters
Highly Cited Researchers 2016”, que inclui apenas 3000 cientistas de todo o
mundo.
Os artigos de Nuno Peres têm 18.793 citações nos últimos dez
anos, sendo cada artigo citado em média 241 vezes. Seguem-se Mário Figueiredo
(Universidade de Lisboa) com 6898 citações, Isabel Ferreira e Lilian Barros
(ambas do Instituto Politécnico de Bragança), respetivamente com 5333 e 2955, e
Delfim Torres (Universidade de Aveiro) com 2197. A lista tem ainda o biólogo
Miguel Araújo, com 17.507 citações, que não está radicado em Portugal, mas
mantém ligação à Universidade de Évora.
A lista incide apenas nos artigos altamente citados, que
representam 1% do que se publica no mundo. É elaborada pelo Institute for
Scientific Information e a presença de investigadores nacionais tem muita
relevância, pois constitui um indicador da qualidade e do impacto internacional
da ciência feita em Portugal e é um dos critérios para realizar rankings de
instituições de ensino superior. O trabalho de Nuno Peres é, assim, valorizado
mundialmente e confirma que a estratégia da UMinho tem sido bem-sucedida, em
particular do seu Departamento de Física e Centro de Física, os quais
intensificaram esforços em investigação e visibilidade internacional.
Nuno Peres é professor catedrático e vice-presidente da
Escola de Ciências da UMinho e o primeiro físico português a dedicar-se, desde
2004, à investigação do grafeno, a forma bidimensional do carbono com
potenciais aplicações na eletrónica, na fotónica, nos materiais compósitos, nos
sensores e nas ciências da vida. O cientista de 49 anos, natural de Arganil,
Coimbra, é coautor do artigo de revisão mais citado sobre o grafeno, editado
pelo jornal "Reviews of Modern Physics", e já colaborou várias vezes
com os "Nobel do grafeno" Andre Geim e Konstantin Novoselov, ambos da
Universidade de Manchester.
É coordenador do único projeto nacional do Graphene
Flagship, um dos dois maiores programas científicos europeus em curso, com 500
milhões de euros de investimento. Já venceu os prémios Gulbenkian Ciência,
Seeds of Science e de Mérito à Investigação da Universidade do Minho. É membro
da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Física. Foi
professor visitante em Turku (Finlândia), Boston (EUA), Dresden (Alemanha) e
Singapura.
+Info: http://highlycited.com (pesquisar
“Portugal”), www.ecum.uminho.pt, www.fisica.uminho.pt