11ª edição | 27 de janeiro de 2023 | auditório da Escola de Ciências
Uma tempestade ou uma teoria de tudo? A separação de fases na organização celular
João Carlos Marcos (Departamento de Química)
Nos últimos cem anos registaram-se enormes progressos na compreensão dos princípios da organização celular. Contudo continua a ser em grande parte um mistério como milhares de processos biomoleculares ocorrem simultaneamente de forma coordenada e regulada no interior da célula. Recentemente a separação de fases liquido-liquido emergiu como um fenómeno comum a vários processos celulares. Desde a organização da cromatina até à formação de grânulos de stress, são inúmeros os mecanismos biológicos dependentes desta separação de fases que está ainda presente em diversos processos patológicos como, a maturação de vírus, o cancro ou as doenças neurodegenerativas. Com esta ubiquidade, que varreu como uma tempestade muitos dos conceitos mais sólidos sobre a organização celular, será licito pensar que estaremos na presença de uma verdadeira teoria de tudo da bioquímica e biofísica celulares? Nesta palestra serão abordados os princípios fundamentais deste fenómeno, as suas principais implicações e aplicações, tentando elucidar esta questão e apontando direções de investigação futura nesta área fascinante.
12ª edição | 24 de março de 2023 | auditório da Escola de Ciências
A revolução do DNA na investigação da biodiversidade: 20 anos de ‘DNA barcoding’
Filipe Oliveira Costa (Departamento de Biologia)
Em Janeiro último completaram-se 20 anos desde a publicação do artigo em que se propõe um novo sistema universal de identificação de espécies, baseado em sequências curtas de zonas pré-definidas do genoma: os “DNA barcodes”. Vinte anos depois a utilização da abordagem “DNA barcoding” generalizou-se, contribuindo significativamente para a descoberta da biodiversidade do planeta, e revolucionando a sua investigação e monitorização.
13ª edição | 23 de junho de 2023 | auditório da Escola de Ciências
Evolução do nível do mar nos últimos 20 000 anos, consequências e desafios económicos e sociais para o futuro
Renato Henriques (Departamento de Ciências da Terra)
O nível do mar modificou-se nos últimos 20 000 anos, tendo evoluído desde a cota ±140m até ao nível atual. Este processo de evolução eustática ainda não cessou, esperando-se que, tal como aconteceu nos períodos interglaciais anteriores, possa ainda subir alguns metros. Face a este cenário, tendo em conta a ocupação costeira por parte das comunidades humanas e os desafios sociais que hoje se preconizam associados, por exemplo, à transição energética e à economia azul, o mar representa simultaneamente uma ameaça e uma oportunidade para o bem estar social e ambiental. Para tal é necessário inventariar o património marinho, conhecer os processos que se desenvolvem na plataforma marinha, bem como conhecer a capacidade de regeneração dos sistemas naturais, no sentido de quantificar o custo/benefício de opções ligadas ao planeamento do território e à economia azul. Nesta apresentação são apresentados alguns elementos de conhecimento referentes a alguns trabalhos desenvolvidos na plataforma marinha portuguesa. São também lançados alguns elementos para discussão relativos à potencial exploração de recursos mineiros em ambiente marinho.
14ª edição | 15 de setembro de 2023 | auditório da Escola de Ciências
Olhos e Visão: do câmbrico à atualidade
José Manuel Méijome (Departamento de Física)
A visão nos humanos e em muitos dos restantes animais é considerada uma das maiores invenções da natureza. Nesta palestra abordaremos alguns dos aspetos mais curiosos do olho e da visão, dos humanos a diversas espécies animais desde a sua aparição até à atualidade. Estabelece-se uma ligação com tópicos de investigação em curso no Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho e em instituições parceiras. É dada uma especial relevância à multiplicidade de áreas que convergem na Optometria e Ciências da Visão, enquanto área disciplinar e disciplina científica que investiga e promove os cuidados primários da visão a uma população global num quadro de alterações sociodemográficas e de hábitos de trabalho e lazer que exigem cada vez mais dos cuidados deste sentido da visão como elemento crucial de desenvolvimento pessoal e profissional.
15ª edição | 20 de outubro de 2023 | auditório da Escola de Ciências
Journal UMinho Science (JUS)
Alunos da ECUM que integram a equipa editorial da JUS
A JUS é uma revista científica com revisão por pares gerida por alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento da ECUM, com publicação aberta, contínua e em formato digital (https://revistas.uminho.pt/index.php/jus). O principal objetivo da JUS consiste em publicar artigos científicos originais, contribuindo para a divulgação da investigação científica realizada na Universidade do Minho e em outras instituições nacionais e internacionais e envolvendo exclusivamente os estudantes no processo de publicação científica. É dado enfoque especial às áreas científicas principais da ECUM, como biologia, ciências da terra, física, química e matemática, mas o projeto editorial acolhe também outras áreas científicas e tecnológicas. A JUS oferece ainda um espaço para a divulgação e discussão de notícias e temas cientificamente relevantes. A JUS é, também, um projeto pedagógico, ao proporcionar oportunidades de aprendizagem através da prática da gestão editorial de publicações científicas, de processamento de manuscritos para revisão por pares e de desenvolvimento de capacidades de decisão sobre a sua publicação. Até ao momento foram publicados 3 artigos, cobrindo as áreas científicas da Biologia, Física e Ciências da Terra; no entanto, outros manuscritos encontram-se em fase de revisão.
16ª edição | 17 de novembro de 2023 | auditório da Escola de Ciências
Do núcleo ao universo
Nuno Castro (Departamento de Física)
Qual a relação entre as escalas mais pequenas que conhecemos e a vastidão do universo? Quais os constituintes básicos da matéria e como interagem entre si? O que sabemos e quais as questões em aberto na física de partículas? Como podemos observar e estudar as partículas? E o que é que tudo isto tem a ver com o nosso dia a dia? Estas e outras perguntas serão discutidas de forma descontraída em mais uma edição do Ciência ao Almoço.
17ª edição | 14 de dezembro de 2023 | auditório do IB-S
A Química do almoço
Susana Costa (Departamento de Química)
Na ementa para o almoço de hoje temos proteínas, hidratos de carbono, lípidos e diversos micronutrientes. No dia a dia somos confrontados com escolhas alimentares, nem sempre fáceis: acompanho com batata frita ou salada? E para a sobremesa, uma maçã ou uma fatia de cheesecake? As consequências destas escolhas são bem diferentes... e a química envolvida também. Numa abordagem descomplicada, serão abordados aspetos como a estrutura dos nutrientes, as reações químicas em que estão envolvidos e o seu valor nutricional/energético, o processamento de alimentos com aditivos e suplementos, terminando com alguns exemplos da gastronomia molecular.
18ª edição | 19 de janeiro de 2024 | auditório da Escola de Ciências
Propolis … what else?
Cristina Aguiar (Departamento de Biologia)
Própolis é uma resina natural constituída por uma mistura complexa de substâncias que as abelhas recolhem de várias plantas, digerem com enzimas salivares e misturam com cera de abelha. Utilizado desde a antiguidade e alvo de interesse acrescido nos últimos anos, este produto natural tem revelado inúmeras propriedades biológicas e farmacológicas, nomeadamente antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias, entre outras. O seu amplo espetro de bioatividades e o longo historial de utilização suportam a ideia de várias aplicações biomédicas/farmacológicas, algumas já disponíveis comercialmente, outras ainda por explorar. Junte-se a nós na próxima “Ciência ao Almoço” e descubra este produto fascinante que combina a sabedoria da natureza com os instintos protetores das abelhas.
19ª edição | 16 de fevereiro de 2024 | auditório do IB-S
HistóriaS DeVidas, em Matemática
Mª Elfrida Ralha (Departamento de Matemática)
O meu interesse pela Matemática manifestou-se quando me cruzei com uma professora que, ao ensinar-me o velhinho ‘teorema de Pitágoras’, me fez questionar o resultado e despertou em mim o interesse por, através da Matemática, querer saber mais do mundo que me rodeia. A importância da História na minha vida chegar-me-ia, mais tarde, quando percebi que os conceitos e os métodos matemáticos são, por regra, muito antigos e, extraordinariamente, parecem resistir mais do que as teorias e os métodos das outras ciências…
Hoje sei que qualquer história que se conte é sempre cultural e temporal e a minha curiosidade científica conduziu-me, especificamente, para a história das matemáticas, em Portugal e no século XVIII! Hoje sei também que qualquer história que se construa é necessariamente constituída por uma seleção de intrincados fios cujos meandros só em conjunto, poderão relatar interpretações credíveis de uma história global.
Nesta comunicação, procurarei seguir alguns desses ‘fios’, relatando o papel que a Matemática e os personagens, com quem me fui cruzando, me aportaram no desenlear desses ‘sistemas complexos’. Descreverei, em particular, episódios/estudos do meu percurso histórico-matemático através de Anastácio da Cunha (1744-1787), dos Congregados do Oratório em Braga (1684-1834) e de Relógios de Sol.
20ª edição | 15 de março de 2024 | auditório do IB-S
Grafeno: a folha mais fina do mundo
Tatiana Gabriela Rappoport (Centro de Física)
Esta apresentação destaca a física fundamental que envolve o grafeno, a camada mais fina do mundo, que vem intrigando os físicos por quase 20 anos. Abordaremos a sua estrutura única, suas propriedades eletrónicas e as novas descobertas que tornam o grafeno um material tão interessante.
21ª edição | 19 de abril de 2024 | auditório da Escola de Ciências
Mecânica Quântica para tod@s
Bruno Amorim (Centro de Física)
Nos finais do século XIX e inícios do século XX estava a preparar-se uma revolução. Revolução essa que teve um impacto profundo nas nossas vidas. E, no entanto, se consultarmos um livro de história, o mais certo é nada encontrarmos acerca dela. A revolução de que falo foi o desenvolvimento da Mecânica Quântica. Foi uma revolução radical em que tiveram de ser deitados por terra muitos conceitos a que estamos habituados no dia-a-dia. Estamos no reino da dualidade onda-partícula, em que um electrão já não pode ser visto como uma partícula ou como uma onda, mas como algo mais...
Mas, apesar de à primeira vista as regras da Mecânica Quântica serem contra-intuitivas, elas estão alicerçadas em evidências experimentais. A Mecânica Quântica permite também explicar as propriedades dos materiais que nos rodeiam e é a base de grande parte da tecnologia moderna.
Nesta apresentação veremos como surgiu a Mecânica Quântica, a descrição que ela nos dá no mundo e como é base de várias tecnologias.
23ª edição | 21 de junho de 2024 | auditório da Escola de Ciências
Mundo da ciência não linear
Yuliy Bludov (Departamento de Física)
O conceito de não linearidade em sistemas físicos descreve uma situação específica quando uma ação externa altera algumas propriedades do sistema, o que por sua vez influencia a própria ação. Nesse caso a resposta resultante do sistema não é linearmente proporcional à amplitude da ação externa. A não linearidade dá origem a vários efeitos, que não têm análogos nos sistemas lineares. Os exemplos são: ondas solitárias, também chamadas solitões (tsunami, rogue waves), ondas de choque, geração dos altos harmónicos, etc. A palestra abrange os fenómenos não lineares de ponto da vista interdisciplinar, dando os exemplos das áreas de matemática, oceanografia, física, eletrónica, entre outros.