quarta-feira, 12/03/2025
Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da UMinho
Janeide Padilha
foi a cientista convidada para a sessão que se realizou no dia 12.
“O que as aves marinhas nos podem contar sobre a poluição na
Antártica?”, foi o tema escolhido por Janeide Padilha, do Centro de Biologia
Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), para uma
palestra que se realizou no passado dia 12 de março.
A investigadora aceitou o convite do Núcleo de Estudante de
Ciências do Ambiente da UMinho (NECAUM) e apresentou o trabalho que iniciou durante o doutoramento e que
continua a desenvolver e que analisa a bioacumulação de poluentes em aves
marinhas residentes e migratórias na Península Antártica. Com recurso a métodos
não letais, como análise de penas e ovos, a cientista detetou poluentes como
elementos potencialmente tóxicos e poluentes orgânicos emergentes, mostrando
que estas substâncias existem mesmo em ecossistemas remotos como a Antártica.
“Continuo investigando a transferência desses contaminantes ao longo das teias
tróficas, analisando como diferentes espécies e seus hábitos alimentares influenciam
a dispersão e a biomagnificação de poluentes no ecossistema”, esclareceu
Janeide Padilha. Os primeiros resultados da investigação já foram publicados na
revista Science
of the Total Environment. A bióloga continua a
analisar os dados e a explorar as relações entre a contaminação, a dieta e a
posição trófica das espécies estudadas.
Durante a palestra, Janeide Padilha referiu ainda o papel que as aves
marinhas desempenham como sentinelas ambientais e o que os dados revelam sobre
a poluição global. “A divulgação científica é uma parte essencial do trabalho
de um investigador, e acredito que partilhar conhecimento sobre a poluição
ambiental e seus impactos é fundamental para a consciencialização e conservação
dos ecossistemas”, concluiu.