quinta-feira, 03/04/2025
Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho
Investigadora participou na
iniciativa “Cientista regressa à escola!”
Marlene
Lúcio, investigadora e docente da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), participou no passado dia 3 de
abril, na iniciativa “Cientista regressa à escola!”, organizada pela Native
Scientists. A investigadora do Centro de Física da UMinho e Porto (CF-UM-UP) voltou à Escola Básica José Manuel
Durão Barroso, em Armamar, não para aprender, mas para ensinar. “Fiquei muito
inspirada pela missão da Native Scientists, especialmente pela ideia de que, se
apenas 4% da comunidade científica portuguesa participar, todas as crianças em
Portugal poderão conhecer uma pessoa cientista antes de entrarem no 2.º ciclo”,
afirmou. “Achei esta proposta incrível, sobretudo por poder levar a ciência a
crianças que vivem em zonas menos privilegiadas e mostrar-lhes que ser
cientista pode mesmo ser uma realidade ao seu alcance”, assegurou Marlene
Lúcio.
Durante
a visita, a investigadora realizou várias experiências, para explicar a
importância das nanopartículas e quais são as suas aplicações biomédicas.
“Fizemos um workshop com três experiências práticas. Numa, mostrei como
partículas muito pequenas interagem fortemente com a matéria. Noutra,
demonstrámos o efeito Tyndall – um fenómeno de reflexão da luz por
nanopartículas em suspensão. E, por fim, preparámos juntos um gel protetor
solar com nanopartículas lipídicas”, explicou a investigadora que ficou
surpreendida com o interesse e as perguntas colocadas pelas crianças.
Apesar
de ter sido a sua estreia nesta atividade, Marlene Lúcio já tem experiência em
divulgação científica, tendo participado em várias iniciativas promovidas pela
ECUM como visitas a escolas, programa “Verão no Campus” ou “Noite Europeia dos
Investigadores”. Desta vez, regressou à escola, não para aprender, mas para
ensinar, um regresso que teve um “significado especial”. “Lembro-me bem de, na
idade delas, sonhar ser cientista sem perceber bem o que isso significava – e
sem ter modelos femininos nessa área com quem me identificasse. Por isso, foi
muito emocionante poder voltar, agora como cientista, e servir de inspiração
para meninos e meninas que também possam estar a sonhar com o futuro”, resumiu.
Native
Scientists leva ciência às crianças
A Native Scientists nasceu em 2013, em Londres
(Inglaterra) e já chegou a 11 países, como França, Alemanha, Hungria, Irlanda
ou Suécia. A organização sem fins lucrativos pretende aproximar os cientistas
das crianças, promovendo a alfabetização científica e linguística, principalmente
em comunidades mais desfavorecidas. “Estas
iniciativas são fundamentais para garantir que a ciência chega a todas as
escolas e a todas as crianças, independentemente da sua localização. A ciência
deve ser inclusiva, acessível e participativa – uma oportunidade para todos”,
disse a docente da ECUM, que gostaria de voltar a repetir a experiência.
Marlene
Lúcio é licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Porto e
doutorada em Química Farmacêutica. É investigadora
auxiliar do CF-UM-UP. A sua investigação foca-se no desenvolvimento
de nanoterapias e sistemas de entrega de fármacos, recorrendo a técnicas
biofísicas para estudar interações moleculares.