quarta-feira, 11/06/2025
Auditório B2, Complexo Pedagógico 2, Campus de Gualtar, Braga
“A Harmonia das
Esferas” é da autoria dos professores João Paulo André e Carlos Fiolhais.
O livro “A Harmonia das Esferas”,
da autoria do químico João Paulo André e do físico Carlos Fiolhais, foi lançado
esta quarta-feira na Universidade do Minho. A obra original, editada pela
Gradiva, é um dos destaques editoriais associados às comemorações dos 50 anos
da Escola de Ciências da UMinho (ECUM) e revela como
leis e processos naturais influenciam a criação e a perceção musicais,
desafiando fronteiras entre a arte e as mais diversas ciências.
O volume começou a ser pensado há cerca de dois anos,
de forma natural. João Paulo André já tinha explorado as relações entre química
e ópera no livro “Poções e Paixões” e Carlos Fiolhais tem recorrido
frequentemente à música para comunicar ciência. Juntos, decidiram alargar o
âmbito da exploração: toda a música – erudita, popular, instrumental ou vocal –
nas suas múltiplas relações com as ciências exatas e naturais, seja a
matemática, astronomia, física, química, biologia, geologia ou medicina.
O título foi escolhido com base numa teoria
proveniente da Grécia antiga e retomada no século XVII pelo astrónomo alemão
Johannes Kepler. Acreditava-se que os astros, ao moverem-se nas esferas
celestes, produziam uma música harmoniosa que os humanos não conseguiam ouvir
(com exceção de Pitágoras), por ser gerida por proporções matemáticas simples.
“Esta música, que simboliza a ordem e a beleza do cosmos, é um conceito
adequado para expressar a ligação íntima entre música e ciência que exploramos
neste livro”, acrescentam os autores.
“A Harmonia das Esferas” inclui um prefácio do
musicólogo Rui Vieira Nery, que elogia a “viagem envolvente” destas 368
páginas, conduzida por dois cientistas apaixonados por música, que formulam
questões interdisciplinares inovadoras, num ritmo fluente, marcado pela
curiosidade e boa disposição. Ainda
que hoje compreendamos os fundamentos do som e da sua organização musical,
persiste o enigma da profunda atração humana pela música.
A publicação foi apresentada no auditório B2
do campus de Gualtar, em Braga, pelos professores José Moura, da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa, e Vítor Moura, da Escola de
Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho, tendo contado com a interpretação
de cinco peças ao piano por Tomás Barros, aluno da licenciatura em Química. A
obra reflete também o espírito multidisciplinar e criativo que a ECUM tem
promovido neste meio século, cruzando as ciências com as artes sonoras,
plásticas e outras, na tentativa de unir as chamadas duas culturas. O livro vai
ainda ser apresentado a 20 de junho, às 18h00, na Livraria Almedina, em
Coimbra, com a presença dos autores e com comentários do académico Rui Vilão.
Químico e físico escrevem livro para apaixonados pela
música e pela ciência
João Paulo André doutorou-se em Química na
Universidade de Basileia (Suíça) e é professor do Departamento de Química da
ECUM. Tem tido uma atividade intensa de divulgação científica, através de
palestras, artigos e livros. Mantém uma coluna num jornal e colabora com a
rádio Antena 2. É um apaixonado pela ópera.
Carlos Fiolhais nasceu em Lisboa, em 1956. É professor
catedrático de Física na Universidade de Coimbra e doutorado em Física Teórica
pela Universidade Goethe, em Frankfurt (Alemanha). Foi professor convidado em
universidades de Portugal, do Brasil e dos EUA. Tem mais de 70 livros
publicados, incluindo “Física Divertida, Computadores, Universo e Tudo o Resto”
e “A Coisa Mais Preciosa que Temos”. É um dos mais conhecidos divulgadores de
ciência do país.