sexta-feira, 24/11/2023
Auditório B1, Edifício 2, campus de Gualtar, Braga
Escola de Ciências da UMinho acolhe
encontro sobre Ciência e Tecnologia na Exploração Espacial
A exploração espacial, desafios,
oportunidades e possibilidades de emprego nesta área, foram algumas das
temáticas abordadas no passado dia 24, no encontro “Ciência e Tecnologia na
Exploração Espacial”. A iniciativa, organizada pela Escola de Ciências da
UMinho (ECUM), juntou 119 alunos e 21
professores do 3º ciclo do Ensino Básico e Secundário, participando muitos em
Clubes Ciência Viva na Escola.
Os alunos ouviram especialistas e
ficaram a conhecer mais sobre as idas ao espaço e o leque de profissões que são
necessárias para a realização destas viagens. “Há uma grande
multidisciplinariedade. Independentemente do que estão a estudar, se quiserem
trabalhar no espaço, há espaço para todos contribuírem com o seu conhecimento e
profissão”, disse Hugo André Costa, da Agência Espacial Portuguesa. Também para
Nuno Castro, vice-presidente para a Investigação e
Inovação Científica da ECUM, “a exploração espacial convoca praticamente
todos os domínios do conhecimento humano”.
A curiosidade pelo universo tem vindo a
aumentar, principalmente depois da abertura da realização de viagens espaciais
a empresas privadas. “Vivemos num momento onde o desenvolvimento da Ciência e
da Tecnologia nos permite sonhar alto nesta exploração do desconhecido”,
assinalou Teresa Ruão, pró-reitora para a Comunicação Institucional. “Continua
a ser fascinante para nós olhar para o espaço e tentar perceber o que está lá”,
referiu Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho.
Uma ideia partilhada por José Manuel
González-Méijome. Para o presidente da ECUM, estes encontros pretendem colocar
os centros e departamentos a refletir sobre estratégias de desenvolvimento.
“Temos os pés assentes no chão, mas não queremos deixar de olhar para cima,
para o horizonte e mais além”, referiu.
Ciência e Tecnologia: contributos para a
Exploração Espacial
Com “os pés assentes na terra”, mas de
“olhos postos no céu”, os estudantes assistiram à mesa redonda “Contributos da
Ciência e Tecnologia para a Exploração Espacial. Que desafios para o futuro?”.
Ficaram a saber quanto tempo demora a chegar à lua ou a Marte, quantas pessoas
já foram ao espaço e quais as dificuldades destas missões. “Há muitas questões
críticas, como dormir na nave. No espaço, vêm o nascer e o pôr do sol a cada
hora e meia e não se podem regular pela luz solar para dormir”, alertou Pedro Arezes, Presidente da Escola de Engenharia da UMinho.
Para os especialistas, as missões
espaciais continuam a ser importantes, mas é preciso mostrar que a exploração
espacial também pode ser feita a partir da terra. “Já estamos no sistema solar.
Temos rovers em Marte, que nos permitem analisar o solo e o ambiente.
Conseguimos fazer imensas coisas sem pôr pessoas no espaço”, referiu Patrícia
Gonçalves, Investigadora no LIP – Laboratório de Instrumentação e Física
Experimental de Partículas e Professora no Instituto Superior Técnico. Mas
estas explorações também trazem desvantagens: há muito lixo a ser acumulado no
espaço. “Colocamos os foguetões no espaço, mas não os trazermos de volta, para
reutilizar ou destruir. Um dia não vamos conseguir passar no meio dos resíduos
espaciais”, alertou Sara Marques, Engenheira
Aeroespacial na Airbus Defense and Space.
Alunos premiados por trabalhos sobre o
espaço
No encontro foram apresentados
11 trabalhos (comunicações orais, pósteres e demostrações experimentais)
elaborados por alunos das 16 escolas participantes. No final, os melhores foram
premiados. A melhor demonstração foi apresentada por alunos da Escola Básica
2,3 D. Afonso Henriques (Guimarães), que andaram a “Mapear o universo”. “O nosso projeto
foi bastante trabalhoso, mas pode ser usado na escola, porque permite mostrar
as constelações”, disse Henrique Silva, do 8º ano.
“O lixo espacial”, venceu a melhor apresentação em póster.
Idealizado por alunos do 9º ano da Escola Básica 2,3 e Secundária de Arcozelo
(Ponte de Lima), o trabalho foi desenvolvido ao longo de várias noites. “Havia alturas em que
tínhamos testes e tínhamos que preparar este trabalho. Foram umas quatro ou
cinco semanas, mas valeu a pena porque apendemos muito sobre lixo espacial”,
avançou a aluna Sara Santos.
“Implicações das viagens espaciais nos astronautas”, da Escola
Secundária Alcaides de Faria (Barcelos) arrecadou o prémio de melhor
comunicação oral.
Foram ainda atribuídas menções honrosas ao póster “As adaptações
fisiológicas do homem no espaço”, um trabalho que “demorou algum tempo a fazer,
porque era muita informação”, revelou Francisca Oliveira, do 9º ano do
Agrupamento de Escolas do Ave. A demonstração “Astro Pi: Mission Space Lab”, da
Escola Básica 2,3 D. Afonso Henriques foi outra das premiadas com uma menção
honrosa.
Os prémios contaram com o apoio do ESERO Portugal/ Ciência Viva, do
CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, do Planetário – Casa da Ciência
de Braga e da Câmara Municipal de Guimarães. O encontro inseriu-se nas
comemorações do Dia Nacional da Cultura Científica.
Reportagem fotográfica em https://www.facebook.com/media/set?vanity=escoladecienciasuminho&set=a.843309767798901