sexta-feira, 28/02/2025
Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da UMinho
Assunto foi abordado, dia 28, por
Pedro Martins, do CBMA.
Sabia que há cerca de 4, 4 mil
milhões de pessoas no mundo sem acesso a água potável segura? Números que podem
aumentar devido à crescente contaminação aquática, por fármacos e compostos
per- e polifluoroalquil (PFAS), que são resistentes aos processos convencionais
de tratamento de água e potencialmente tóxicos para organismos aquáticos e
humanos.
A problemática foi abordada dia 28, por Pedro Martins, no “Ciência ao almoço”,
uma iniciativa da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), numa conversa intitulada "Materiais Multifuncionais para Purificação
de Água: Soluções Avançadas para um Planeta Mais Limpo". O investigador,
do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), focou ainda a necessidade de
desenvolver materiais inovadores para a purificação da água.
Atualmente há dois
grandes grupos de contaminantes: os orgânicos (fármacos, disruptores
endócrinos, PFAS – substâncias perfluoroalquiladas, pesticidas, entre outros) e
os inorgânicos (metais pesados, flúor, amianto, cloro, entre outros). Os que
têm efeitos mais nocivos para o meio aquático e saúde humana (estão associados
a um maior risco de desenvolvimento de cancros no rim, testículo, fígado e próstata,
a disfunções hormonais como infertilidade e diabetes, durante a gravidez, podem
comprometer o desenvolvimento fetal e cognitivo e estão ligados a um aumento do
risco de doenças cardiovasculares, níveis elevados de colesterol e hipertensão)
são os PFAs, vulgarmente apelidados de “químicos para sempre”.
Para já, os investigadores procuram novos materiais e
tecnologias capazes de os eliminar. “Temos vindo a desenvolver novos materiais
como membranas poliméricas, fotocatalisadores e tratamentos com UVs que são
promissores no combate a estes contaminantes. Estamos a utilizar tecnologias de
manofactura aditiva (impressão 3D) que podem ter um papel preponderante de
materiais multifuncionais e customizados para adereçar contaminantes
específicos”, adiantou Pedro Martins. O próximo passo será “avaliar a
escalabilidade dos nossos materiais para aplicação em larga escala para
aproximar as nossas descobertas do mundo real e beneficiar as populações”,
concluiu o investigador.
O
“Ciência ao almoço” é uma iniciativa da ECUM. Decorre todos os meses, no
auditório da escola e pretende promover a partilha de conhecimento e a
cooperação no seio da comunidade académica.